A estrada não é mais a mesma
- O que é a sua sinceridade? A sinceridade de quando você não sabia nadar ou de quando você se tornou campeão?
Fernando Sabino, “O Encontro Marcado”
Eu escrevi A Estrada Não é Mais a Mesma, letra e música, em 28 de fevereiro de 1999. Sim, eu me lembro exatamente da data e contexto em que ela foi criada. Eu tinha acabado de tocar com a banda que eu tinha à época, a Último Recurso, cheguei em casa, peguei o violão e ela saiu assim, completa. A bem da verdade, já havia um rascunho, as mesmas notas, o andamento mais rápido, outra letra. Se chamava Pessoas como Nós. Mas eu não estava contente com ela e refiz tudo, assim, no susto.
Parece sintomático que uma música cuja letra tenha um trecho que diz “os homens de paz agora andam armados” seja lançada em 2020. Talvez ela tivesse mesmo que esperar esse tempo todo de maturação para voltar agora.
Não é a primeira gravação que fiz dela. Em 2002, com outra banda, a The Lírios, fizemos um CD demo em que ela esteve no repertório. Mais tarde, em 2014, cheguei a ensaiá-la com um trio, já solo, mas ficou nisso. Uns dois anos depois, ela fez parte do repertório dos ensaios e do único show da Hera Voltz, o que me reacendeu a vontade de gravá-la.
E foi aí, alguns quilômetros a mais percorridos, que resolvi que era hora de botar o pé n’A Estrada de novo. Para isso, chamei para produzir a faixa o Bruno Leo Ribeiro, com quem já havia trabalhado no EP instrumental Tratado Geral da Amnésia, e que é o idealizador do podcast Silêncio no Estúdio, do qual faço parte. Gravei uma demo, guitarra e voz e desmontamos o arranjo pra chegar no ideal. Bruno, de lá da Finlândia, onde mora, programou bateria e teclados. Era final de 2018.
No início da caminhada, surgiu a ideia de pedir ao Gustavo pra fazer as guitarras da faixa. Ele ainda morava no Brasil e até chegou a fazer umas partes.
Aí eu entrei no mestrado e fiquei mais de um ano sem mexer na faixa. E o Gustavo foi morar no Canadá. O que não fez diferença prática para a gravação, porque enfim, é para isso que existem os cabos de fibra óptica. Mas criativamente fez a diferença, já que agora a gravação seria a conexão Brasil-Canadá-Finlândia.
Gravei baixo e vocais. Inventei novas partes de voz e convidei a Juliana Damasceno, para reeditar a parceria na Hera Voltz, em que gravamos Degraus, da banda curitibana Lorena Foi Embora, no projeto As lembranças são escolhas.
Para a arte de capa, convidei a Bel Petit para desenvolver algo baseado na foto que tirei no Parque da Água Branca, de uma folha caída no chão, uma folha como a da bandeira do Canadá. Sincronicidade, sabe como é. A foto original é a foto lá do topo.
Ouça:
No Bandcamp: http://marcioapviana.bandcamp.com/track/a-estrada-n-o-mais-a-mesma…
No Spotify: https://open.spotify.com/track/3potJMvnDvveoMn9DI80k7?si=9iPjIcJkTj-htC1UZZtOQg…
No YouTube Music: https://music.youtube.com/playlist?list=OLAK5uy_kz8GjklobUOLvDzsonSSEMS1LV3CFea8c…
No Apple Music: https://music.apple.com/us/album/a-estrada-n%C3%A3o-%C3%A9-mais-a-mesma-single/1526236785?uo=4&app=apple+music…
No Google Play: https://play.google.com/music/m/Bpwdztqvqfaxtw5oxgwexg7znt4?t=A_Estrada_N_o_Mais_a_Mesma_-_M_rcio_Viana…
No YouTube:
O mais perto que vamos chegar de uma ficha técnica:
Vocais e baixo: Márcio Viana
Backing Vocal: Juliana Damasceno
Guitarras: Gustavo Santos
Bateria e teclados: Bruno Leo Ribeiro
Gravado em home-studios em São Paulo, Helsinki e Toronto
Mixado e masterizado por Bruno Leo Ribeiro
Produzido por Bruno Leo Ribeiro
Co-produzido por Márcio Viana